sexta-feira, 13 de maio de 2011

Delator


Tua presença
Não noto
Quase sempre,
Mas,
Vez por outra,
Sinto-te
Cavando-me bem no meio
De dentro pra fora,
Na palma da minha mão
Ou em outra parte
De contínuo
Prestes a sair...
Tu na ponta dos meus dedos,
Me denuncias,
Tu desvairado,
Rompendo em meus pulmões
Vapor ligeiro e abrasador,
És malsim
De anseios ocultos,
Anseios que te demudam
E tu alterado
Reflete em mim
Num ciclo
Autossustentado.
Esta arritmia,
Este gelo extremo
Das extremidades,
Esta falta de ar
Me desconcerta,
E eu articulo com a boca
Qualquer desculpa
E tu a revelia
Diz a verdade,
E tu ermo covarde
Colore-me a face de encarnado,
Só pra que ela saiba,
Que o tom das unhas suas
É o mesmo
Da minha sem-vergonhice.

Um comentário:

  1. Encontrei o seu espaço e tenho que falar, achei lindo os teus textos. Gosto do teu estilo e podes acreditar que agora tem mais um fã. Sucesso. Vou divulgar teu endereço no meu twitter. Beijos.

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