quinta-feira, 30 de junho de 2011

Para o Meu Futuro Amor II

Agora que chegaste,
Sem alarde,
Aviso prévio,
Fique!
Abro devagar
As portas do meu coração,
Para que a luz
Não me ofusque,
Espere um segundo,
Ainda não entre,
Eu quero estar certa
De que tudo está arrumado
De que ao sentar no meu divã
Ficarás tranquila.
Agora que chegaste,
Sem convite,
No momento mais apropriado,
Eu não te farei sala,
Farei silêncio
E apenas dois pedidos,
Favor não corte as asas
Deste teu passarinho
Que ele conhece bem
O caminho,
Por favor, seja gentil
E também me deixe entrar,
Eu vou tentar
Não fazer tanta bagunça
Nos teus planos pro futuro.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ana e Eu

Uma voz no fundo do rádio
Garganta que arranhava
Estranha...
Fiquei confusa,
Voz de homem ou de mulher?
Andrógena,
Mas era ela
Linda,
Unha e cabelo vermelho
Pessoalmente.
Para mim uma palavra,
Muda,
Todo aquele ensaio
E bem na hora, muda.
Ela me chamou de Adriana
Eu, muda,
Me tascou dois beijos
E eu, muda,
Passou a mão pelo meu ombro,
Velhas amigas,
Fez pose,
Tão irreal e humana,
Era mesmo Ana?
Me pergunto
Toda vez que vejo a foto.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

LACUNA

Tanto querer
Fosses embora,
Meu bem,
Nem sei mais.
Não me pergunte
Por sentimentos,
Gostos,
Começo a gostar desta lacuna...
É o que noto
No momento.
Fico com meu cappuccino,
Assim está bom.
Guarde nosso segredo,
Se puderes,
Em apreço
Ao quanto te quis
Bem,
Meu bem,
Fique bem,
Até.

No Teu Rastro

A ausência do teu sorriso
Levou parte da minha felicidade,
E já não encontro mais vida
Nessa angustia obscurecida
Que há muitos declinou
Do que talvez um dia serei.

Ao tentar respirar por ti
Esqueci de viver em mim,
Apesar de não saber quem sou,
Sei muito bem de quem preciso

Sinto saudades do teu amor que nunca tive
E invariável, como se pra mim mentisse,
Num ímpeto desolador de falta
Meu coração pulsa dizendo:
-Estarei lá, onde seus passos me levarem.

Alex Rodrigues

terça-feira, 21 de junho de 2011

                                               Thiago Soeiro

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Para Deux

Eu não consigo resistir
Aos beijos que tu me das
No canto da boca,
Eu não consigo dizer não
Ao desejo
Do que não posso realizar.
Estou pensando
Largar mão da escrita,
Meu vício,
Sem o que
Não te conquistaria,
Com o que
Ficarei com os dois,
Sem tê-los de fato.

DIRETO

Quem não sabe amar
Não ame!
Que amor de verdade
É particular
E só a quem ama cabe
A importância de se amar.

CREME DENTAL

Te amo sutil
Meu bem,
Com um amor só meu.
Te amo delicado e belo,
Feito bolha de sabão.
Te amo pronome obliquo
No início de frase,
Te amo sem regras
Sem convenção social.
Te amo tanto
Que chega ser constrangedor,
E isto é coisa
Que eu não te digo,
Prefiro pôr
Creme dental na tua escova.

Janete Lacerda

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Divergência

Influenciado pela Gramática
Ele cortou o “.”
Para criar uma “÷”.
A Matemática inconformada
Protestou:
“Justiça fosse feita
Ninguém se metesse em matérias de sua alçada”.
Se dirigiu ao fórum
A abrir um Processo Geométrico
Que aquilo não ficaria por “–“.
Ao chegar à justiça,
Onde a serventuária
Para lavrar lhe o pedido?
Só uma reta de saída,
E em bom português
Uma placa que dizia:“ESTAMOS EM GREVE”.

OBS:. Devido aos fatos acima narrados
A Matemática irritada passou mal,
Fez uma circunferência e caiu
Mas não chegou ser socorrida
Pois não coube nos 30% de Saúde
Disponíveis naquele dia.

terça-feira, 14 de junho de 2011

ABSTRUSO V

Vive-se hoje num período da história brasileira, tão livre ou livre, quem sabe até certo ponto. O fato é que se pode dizer abertamente qualquer coisa ou algumas pessoas podem dizer o que quiserem outras não. Mas para que tanta redundância? Bem. Às vezes fico pensando como os poetas da ditadura eram brilhantes, tão precisos em dizer sem dizer e se fazer entender nas sutilezas de um verso pueril, penso inclusive se alguns poemas eram realmente de protesto ou se o povo já habituado à clandestinidade é que interpretava tudo subversivamente.
Ainda bem que hoje a constituição nos ampara a todos ou não, como diria Caetano, desde que não utilizemos do anonimato.






 
Não me venha com este sorriso amarelo
Para amolecer meu coração,
Que minhas mãos continuam limpas.
Não me peça para compreender tua traição
Pois no meu carro ainda estão às marcas
Da minha aposta mais ousada.

E se tiveres hombridade,
Não ouse mais me olhar nos olhos
Pra me dizer hipocrisias,
Não creia que sou assim, tão idiota.
Não me procure com propostas obscenas,
Mais indecentes do que filme de secretárias,
Não me venha pedir paciência,
Estou decepcionada demais
Para te perdoar agora.

Arrume suas tralhas,
Chega de negociações vazias
Daqui quatro tempos você vai voltar
Aí serei eu a dizer não,
Aí serei eu fazer justiça,
A não te escolher inda que sejas
A minha única opção.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Processo Criativo

Não sei se posso dizer que todo mundo tem curiosidade de saber como é que os poetas escrevem, a troco de que, sentindo o quê. De qualquer modo, gostaria de confessar que sou uma ladra, pois parte da minha criatividade vem dos outros, de frases que escuto e acho interessantes.
Estava eu, com duas postagens prontas para o dia de hoje, conversando com um amigo no msn sobre relacionamentos e num dado momento ele disse: "tem vezes que me pego ainda criando esperanças sabe". NOSSA! Achei isso fantástico e autorizada por ele (coisa rara) escrevi o seguinte poema:

CONTRADIÇÃO

Depois que partistes
Sem sequer dizer adeus,
Me pego criando esperanças,
Órfãos do meu amor,
Me pego cuidado
Com tamanha consideração
Do que ficou...

Depois que partistes
Tu e a tua covardia,
Me pego querendo explicações,
Me pego querendo apagar-te
A todo custo
Das minhas lembranças,
Mas ao mesmo tempo
Guardando,
Do outro lado da cama,
O teu lugar.

Lapidar









O poema é um lapidar.
Da porta do peito aberta
Para além,
Uma arrumação de palavras,
As mesmas
De qualquer boca,
Do sentimento,
Que toca igualmente
Em peitos diversos
E por isso sente-se
Um poema cair tão bem
Como traje de alfaiate.

Receita de Cappuccino

Duas colheres de café gourmet
Em cem mililitros de água,
Um beijo teu na minha nuca,
Um copo de leite
A ponto de ferver,
Um rodopio pela cozinha
Mais um beijo demorado
Em retribuição,
Até que a chaleira chie.
Duas xícaras até a metade
De café a menos de 100º,
Duas gosta de chocolate
Para me exibir
E te conquistar irremediável.
Por fim,
Encho-te a xícara de leite
E de canela um coração.
Eis minha receita
Quase infalível,
Para que o nosso amor,
Minha querida,
Não seja só,
Nem para o resto desta vida,
Escassa vida,
Para tudo que há em mim.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

SINAL DE OCUPADO

Cheguei a provar seu beijo
Mas não pude aproveitar nossos momentos,
Porque meu coração dava sinal de ocupado quando você tentava me falar.

Onde foi parar o CD do Madredeus
E aquela vodka importada que tanto me lembram você?
Está chovendo por dentro e por fora... De repente, tudo ficou cinza e sem graça por aqui...

Queria falar línguas diferentes das que falo – a dos anjos, talvez – e poder dizer pra você agora, neste momento, baby,
que o dia amanheceu chuvoso novamente, que já não sei mais o que é o amor e tenho dúvidas quanto aos personagens desta história.

Mali
TRAVESSEIRO

Um travesseiro incomum
Para um dia de chuva,
Porque chove lá fora
E aqui dentro
Também.

Janete Lacerda

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DIZ TRAIDA A MENTE

Distraidamente define a forma como nos conhecemos,
Diz o modo como nos encontrávamos,
Até com certa antipatia,
Distraidamente sem nos apercebermos
Que de tão distraidamente
Flagrei-me te olhando
Distraída da vida,
Minha querida,
Tudo tão intenso e desatento,
Feito lápis “6B”,
Feito a única lembrança concreta que me destes
Configurada em versos,
Versos imódico perecíveis
Do nosso precário amor.
Não que queira falar de coisas sombrias
Como a maneira como te suicidas
Dentro de mim,
Distraidamente...
“É tanto amor
E tão parca a vida”,
E tu partindo
Sem nem ao menos ter chegado
No raso do meu pusilânime pulsante
Órgão vital.
Sinto-te morrendo,
Flor em água e sal
Ao sol do meio dia,
Sinto-te extinguir-se
E dói tanto
Que isso, para mim, não faça a mínima diferença,
Pois estamo-nos perdendo também
Distraidamente.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Que é a Felicidade?


“922 - A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um; o que basta à felicidade de um faz a infelicidade de outro. Entretanto há uma medida de felicidade comum a todos os homens? R: Para a vida material, é a posse do necessário; para vida moral, é a consciencia tranquila e a fé no futuro. (Allan Kardec - Livro dos Espíritos)"

Desgraça Real
“24. Toda a gente fala da desgraça, toda a gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o caráter múltiplo. Venho eu dizer-vos que quase toda a gente se engana e que a desgraça real não é, absolutamente, o que os homens, isto é, os desgraçados, o supõem. Eles a vêem na miséria, no fogão sem lume, no credor que ameaça, no berço de que o anjo sorridente desapareceu, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado, na angústia da traição, na desnudação do orgulho que desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a sua nudez sob os andrajos da vaidade. A tudo isso e a muitas coisas mais se dá o nome de desgraça, na linguagem humana. Sim, é desgraça para os que só vêem o presente; a verdadeira desgraça, porém, está nas consequências de um fato, mais do que no próprio fato. Dizei-me se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta consequências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que a princípio causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem. Dizei-me se a tempestade que vos arranca as arvores, mas que saneia o ar, dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.”
(Cap V. Evangelho Segundo o Espiritismo)

Eis o que todo ser humano busca ao longo da vida, FELICIDADE. Uma busca por assim dizer, intuitiva, pois não se sabe ao certo o que seria ela. De modo que, uns a procuram na riqueza material, outros nos relacionamentos (amor e suas nuances), outros na realização profissional, outros na religião, enfim.
A felicidade, neste caso, seria o preenchimento do vazio existencial que, invariavelmente em um dado momento da vida, todos haveremos de sentir.
Fato: A completa felicidade não é possível neste planeta, disso sabemos empiricamente, mas como deixa claro os dois trechos da Doutrina Espírita, a felicidade relativa é inerente a cada pessoa, a forma como se encara os acontecimentos.

Um detalhe muito interessante e que particularmente nunca tinha parado para pensar é que a felicidade não está no ato em si, mas nas suas consequências, ai também se encaixa a consciencia tranquíla, pois, pela lei da natureza, para toda ação uma reação, de modo que pela lógica não podemos esperar bons resultados de más atitudes.
Em resumo, se houvesse uma fórmula para a felicidade ela estaria nas palavras de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como a si mesmo."
Ainda tão distantes da moral do Cristo, o que fazer?

Senhor!
Diante do meu desmerecimento,
Apelo para a tua misericórdia
Que conheço infinita.
Dai-me um coração que seja bom,
Ensina-me o amor,
Liberta-me do ciúme,
Da inveja,
E de toda baixa sensação,
Ensina-me ver
Em cada pessoa a tua imagem,
Mesmo naquelas que me causam repugnância,
Pois somos todos irmãos,
E só de mãos dadas
Chegaremos a ti.
E que assim seja.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Abstruso IV

Você tão linda
E eu sem saber que fazer de ti,
O que fazer das mãos
Quando ficas muito próxima.
Por favor, não me abrace,
Não me olhes,
Não me faças mais piegas,
Mais cafona do que estou,
Não me beijes
Que o beijo
É coisa intima,
Não me iludas
A ponto de me fazer perder
A direção
E ir parar
No vazio
Que a tua ausência deixa
No outro dia.

Café com Notícia

Dedico esta postagem às apresentadoras do programa Café com Notícia, que passa de segunda a sexta, de 7h às 9h na rádio 94,5 FM. Não só por serem anfitriãs do melhor programa de rádio de Macapá, mas pelo jornalismo sério, sem medo, pelo espaço democrático, pelas abordagens inteligentes, por encherem nossas manhãs da mais pura alegria... e claro... por serem duas lindas mulheres de fibra.


Na foto - Márcia Corrêa & Ana Girlene

Bom dia, Bom dia, Bom dia...
Bom dia de Ana,
Bom dia de Marcia,
De Maria Rita,
Bom dia!
São sete horas,
Ponho a vasilha pra ferver,
Estou esperando por notícias.
Enche essa xicara,
Minha mana,
Mas não põe leite pros que mamam.
Nesse café não tem mentiras,
Aqui só pão, bolo de milho,
Mandando beijo pros amigos,
Aqui só bolacha, Maria,
Pra quem precisa tomar vergonha,
Aqui só Broas Verdades
Pro povo não morrer de fome.
Bom dia pra essa coragem
Pra essa fibra,
Bom dia,
Que quando essas meninas falam
O povo vibra
E o Ceará assina em baixo...
Bom dia Marcia,
Bom dia Ana,
Vamos ferver outra chaleira
Que papo bom passa ligeiro
Vamos andando, não desanima,
Vamos manter as esperanças,
Na boa política,
Que qualquer hora
Tudo isso passa
Que qualquer dia
A gente acorda
Com um café com boas notícias.
Bom dia!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Preto e Branco


"Num dia em que os tons insistem em oscilar, invariavelmente, entre preto e branco, a roupa mais colorida não muda em nada esse cenário."

Ana Oliveira

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Hábito


O que é o hábito?
Onde termina o amor e começa o hábito
Ou será habita no amor o hábito,
Habituado a amar.
Hábil coração
Dissimulado
Diz habitado,
Pura preguiça
De desvencilhar-se.