terça-feira, 9 de outubro de 2012

Tolerância

Não existe contradição
A verdade é que não é absoluta.
Em quase tudo
Um a parte,
Um remendo qualquer.
Nossas verdades
Múltiplas
Convivendo em harmonia,
Um sonho,
A Paz.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Coleção

Eu coleciono dias.
Dias de festa,
De sol,
De lua cheia,
De chuva com cama e lençol.
Dias imaginários,
Sem pretensão,
De céu encoberto,
Da tua ausência
E de arrebol.

Eu guardo em coleção
Cada dia
Dos melhores dias,
E de todos que me destes
Não vaga um.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Livreto

Ela me deu uma prova de amor,
Aceitei.
Mas logo ela quis saber...
Estava ou não bom de sal?
Um pedaço de mim te dei,
Outro pedaço, roubastes.
Restaram os punhos.
O meu peito é metade fibra
Metade vibra, com quatro libras de paixão.

Um verso só é um verso solitário.

Um verso desacompanhado pode não ser só.

Um verso único é um verso disputado.

Palavras demais,
Tempo de menos.
Sou,
Primeira pessoa do sigular
Já a do plural, somos.
 São os teus olhos
Que não me deixar ver.
O médico me disse
Que transplante não deu certo.
 Um verso casado já pode ter versinhos.




terça-feira, 20 de março de 2012

Fórmula da Felicidade

Entre as milhares de fórmulas
Para me fazer feliz,
Chocolate,
Confete,
Jujuba,
Brigadeiro,
E um sorriso que me diz:
"Você é um doce".

sexta-feira, 16 de março de 2012

Simetria


Nada de extraordinário,
A técnica me falta
A métrica
O ritmo
E
O verso
Escorre a
Sem rédeas certas,
Mas há amor te garanto.

"A ampulheta constroi o que nenhuma norma consegue erguer".

terça-feira, 13 de março de 2012

Maria Chuva












O vidro cravejado
Pela chuva de inverno,
Pela gota delicada da lembrança,
Embaça a memória...
A chuva que passa
Carrega teus braços,
Teus sorriso lampejo
Pelas horas da minha vida.
O inverno sempre chega
Pelos ares do norte,
Do Amazonas,
E tu,
Chuva querida,
Ficas.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Não há tempo perdido

No sossego da nossa afeição
As horas desfilam,
Parcas horas...
O tempo,
Este monstro,
Te leva e te traz
Lento e rápido,
Feito onda obstinada.
Então quando passas
A aplainar a areia
Percebo que não é o tempo
Que é módico demais
Sou eu que não tenho olhos,
Nem alma para vislumbrar
Que o tempo é só uma medida.

"Estrelas se contam em lotes de cem"

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Asas

Longe de te amar como devo,
Sem vícios,
Te ofereço esta forma distorcida
E precária de amor.
Ainda tenho ciúmes
E sempre tenho saudades,
É o que te digo,
Querida,
Não me dê asas,
Dê-se.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Lua Crescente

Sempre que vens
Penso serás insubstituível
E o derradeiro,
Sempre que vais,
Atingindo-me mortalmente,
Sinto que não sobreviverei.
Sempre que me vens,
Outra vez,
Uma tremenda confusão se estabelece,
O último se torna o penúltimo,
Permaneço,
Recomeço,
Cismo:
Todo fim
É sempre uma espécie de começo.
Que seja o último!
Desejo,
Com uma franqueza "lua-nova".

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Não se meta a fazer verso...


Fórmulas, Métodos
Para nada disso presto,
Presto minhas condolências
Para quem já morreu...

Dita a boa educação:
Não diga palavras feias, filho,
Nem de baixo calão,
Põe a camisa para dentro da calça,
Não seja inconveniente!!!

Não se meta a fazer verso
Se não for para incomodar,
Abiscoitar...
Que palavra é essa, nego?
- Não sei! Mas acho que é doce.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Pontuação

Cá, entre nós,
Meu bem,
Cabem vírgulas somente,
Pausas pequenas.
Cá, entre nós
E fitas,
Um presente delicado,
O cotidiano.
Cá entre nós,
Mia querida,
Eu escolhia tua vista
Aos jogos de pontuação.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Definição


Uma pedra bruta,
Uma tela em branco,
Uma partitura sem cifra,
Uma página a ser escrita,
Uma lacuna,
Uma ideia que não foi dita
Eu sou teu molde,
Tua matéria prima,
Eu não sou parte
Do teu conjunto,
Sou o que se transmuta
Pelo simples toque
Das tuas mãos.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Bicho de Goiaba

Saudade não é bem um sentimento,
É um bicho de goiaba
A cavucar por dentro e 
Que se reduz a termo.
Mas ninguém tem nojo
De sentir saudade,
Ninguém se importa
Em causar saudade,
Muito menos com os buraquinhos
Que se cava,
Sobejo,
No coração alheio.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Alpinista


Cá,
Aqui,
Neste lugar
Que te digo teu,
Senta e te acomoda,
Eu faço escada para ti,
Para não digas que é dificil
Que o meu coração é inatingível.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mania










A cor dos teus olhos
Não os reparei,
Não pude
A princípio
Pois para isso
Precisava estar perto,
Precisava estar rente a tua cutis.
Mas quando pude
Te olhar rés a pele
Que mundos,
Que sonhos me foram auridos.
Ainda não conheci a cor dos teus olhos,
Tive medo,
Talvez não suportasse
O cataclisma
Da visão dos teus olhos,
Ou talvez simplesmente
Continue com a mania
De guardar o melhor sempre para o final.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Como Acreditar?

Tu me vens
Retina a dentro
A estremecer o coração,
Depois te vais
Em viagens longas
Em demasia
Para esta saudade
Que dispara
Ao te perder de vista.
Tu me vens
Retina a dentro
E te alojas no meu peito
De tal forma
Que custo a crer
Que tu existas,
Ou qu'eu esteja
Mesmo acordada.

"Na retina do meu coração você atravessa e eu viro de ponta-a-cabeça"

terça-feira, 10 de janeiro de 2012