A Paixão é uma droga alucinógena, no sentido denotativo. Sabe-se lá quais substâncias são liberadas pelo corpo humano (feniletilamina, dopamina e ocitocina) turvando-lhe parcialmente a visão/razão. Digo parcialmente, pois há sim alguns momento de lucidez no decorrer do processo. É deveras chocante como tudo muda em poucas horas, como um óculos especial em que só é possível enxergar o lado bom das pessoas, uma "Luneta Mágica". É preciso aproveitar os momento de lucidez para firmar posições, ser realista... A paixão é coisa que vez em quando acontece e na maioria dos casos tem o mesmo desenrolar. Quando troca-se a luneta do bem pela luneta do mal, quando termina sem produzir o fruto precioso que é o AMOR. "Ele(a) não é nada daquilo que eu imaginava!" "Somos muito diferentes!" "Acabou! Não há doze extra e nas minhas veias não circula mais substância alguma". "Cada qual arque com as consequências particulares!" Há que se medir as consequências sim. "Até que ponto seremos bons? Quando começa a nossa perversidade?" Pode ser um grande amor que nasce ou um grande erro... como medir? Como saber/prever? "Será que sou o que ele(a) espera?" "O que será que ele(a) espera?" "Será que ele(a) é o que eu espero ou será que pretendo fazer algumas modificações no futuro? Um pequeno ajuste que fará com que a relação dê certo... Afinal tenho tempo para isso, tenho certeza que vou conseguir mudá-lo". Mas não foi possível, era a última gota de feniletilamina, a última gota que levou consigo a minha Paciência, Tolerância, minha Abnegação e principalmente a minha vontade de operar adequações. Acabou! Sim-ples-men-te... ... É desumano insistir, permanecer na mesma proporção em que é desumano descartar aquilo que não me agrada mais. ... Mas o que se pode fazer? É óbvio que ninguém morre da amor, mesmo aqueles que não suportam o fim e ... fim. Por outro lado, não é possível não arcar com as consequências, com as marcas boas e ruins que deixa-se no outro. Que se pode fazer então? Fazer bom uso dos momento de lucidez...