quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Antiquado

 
Fosse mais suave
Este amor que te trago,
Ao que viesse à tona
Dissolver-se-ia no ar,
Mas se tu o comparas
Às coisas baratas
A que não deve estima
Então não permitas
Que eu te reduza,
Te delimite
E te corroa
Com a desonra
Da minha fugacidade,
Aparta-te de mim
Que não te faço jus.
Do contrário
Se notares-me
A alma pura
Deste delicado amor,
Não te acabrunhes
Ele é de graça.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Imaginação













Posso ver nosso filho,
Cada dobrinha,
A mão segundo teu dedo,
Os olhos de “eu vi primeiro”,
E a boca
Que faria questão que fosse à tua.
Posso ver-te com ele
Ou ela, quem poderia saber,
Sentada na cadeira de balanço,
A dormir sobre teu peito
Enquanto me sorrisses
De pura satisfação...
E já que não posso dar-te um filho
Não pensei nas noites sem sono,
Nem nas fraudas por lavar,
Supus apenas como seria bom
Dar-te um pedacinho desse algo
Metade meu, metade teu.

domingo, 18 de setembro de 2011

Infinito

Meu pensamento vai além,
Divaga entre mundos
Entre sonhos levantados
Ao pretexto de ti.
E quando tudo me diz
Não ser possível seguir,
Meu pensamento vai além.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Durma Bem

Depois de ti
Não dormi mais,
Se longe não durmo,
Se perto, como dizer...
Contemplar teus olhos fechados
Hipnotiza,
Reparar se respiras
É outro ofício
Não exatamente prazeroso
Como o primeiro,
Mas absolutamente necessário.
Queria ficar afagando teu cabelo,
Mas aí tu acordas,
Como não dormisses
De fato,
De modo,
Que para não incomodar-te
O melhor por agora
É ficar bem quieta
Esperando que cresças,
Amor.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Em Síntese

"As coisas são o que queremos ver e também outras" (J. Lacerda)

“É amor”,
Diz a paixão
Para o momento,
E a confusão
De sentimento
Tudo acredita...
“É amor”,
Diz o ardor
Dissimulado
Mas o fim é tão volátil
Quanto o princípio.
Já bem no fim
Quase a saída
Inda se indaga:
“Será amor?”
Não!
Não é amor,
Não era amor
Instinto extinto
Em síntese.